Paulo Moura &eacute; um escritor e rep&oacute;rter freelance portugu&ecirc;s, nascido no Porto em 1959. Estudou Hist&oacute;ria e Jornalismo e, durante 23 anos, foi jornalista do P&uacute;blico.
Exerceu fun&ccedil;&otilde;es de correspondente em Nova Iorque e de editor da revista P&uacute;blica, e tem feito reportagens em zonas de crise por todo o mundo.
Fez a cobertura jornal&iacute;stica de conflitos no Kosovo, Afeganist&atilde;o, Iraque, Chech&eacute;nia, Arg&eacute;lia, Angola, Caxemira, Maurit&acirc;nia, Israel, Haiti, Turquia, China, Sud&atilde;o, Egipto, L&iacute;bia e muitas outras regi&otilde;es. Ganhou v&aacute;rios pr&eacute;mios (Gazeta, AMI - Assist&ecirc;ncia M&eacute;dica Internacional, ACIDI - Alto Comissariado para a Imigra&ccedil;&atilde;o e Di&aacute;logo Intercultural, Clube Portugu&ecirc;s de Imprensa, FLAD - Funda&ccedil;&atilde;o Luso-Americana para o Desenvolvimento, Comiss&atilde;o Europeia, UNESCO, Lettre Ulisses, Lorenzo Natali, etc.)
Em 2018 vence a primeira edi&ccedil;&atilde;o do Grande Pr&eacute;mio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga com o livro&nbsp;Extremo Ocidental: Uma Viagem de Moto pela Costa Portuguesa, de Caminha a Monte Gordo.

Paulo Moura

Ter&atilde;o as vis&otilde;es de L&uacute;cia influenciado decisivamente a Hist&oacute;ria do s&eacute;culo XX ou ter&aacute; a vidente sido usada, durante uma vida inteira de clausura em conventos, pelos interesses de v&aacute;rias pot&ecirc;ncias mundiais?
Vinte anos depois das apari&ccedil;&otilde;es na Cova da Iria, o clero portugu&ecirc;s, por press&atilde;o dos l&iacute;deres pol&iacute;ticos do Estado Novo, influenciou a Irm&atilde; L&uacute;cia para que revelasse a segunda parte do Segredo de F&aacute;tima: a R&uacute;ssia era a causa de todas as guerras e deveria ser convertida.
O Vaticano, sob amea&ccedil;a de Hitler, alteraria pouco depois o texto do depoimento de L&uacute;cia, focando-se na resist&ecirc;ncia ao comunismo. A Igreja passou, ent&atilde;o, a usar o Segredo para apelar &agrave; insubmiss&atilde;o dos russos ao poder comunista, que perseguia os cat&oacute;licos. Os Aliados, por seu lado, faziam a sua pr&oacute;pria interpreta&ccedil;&atilde;o: invocando o desejo de convers&atilde;o dos russos, a Virgem apelava &agrave; santidade da R&uacute;ssia, encorajando-a a resistir ao invasor alem&atilde;o.
Depois de 1945, o texto do Segredo foi novamente alterado. F&aacute;tima foi transformada num baluarte de luta, n&atilde;o contra a R&uacute;ssia, mas contra o comunismo no mundo, mensagem utilizada durante a Guerra Fria em toda a diplomacia e espionagem do Vaticano na Europa de Leste. A seguir, as interpreta&ccedil;&otilde;es do Segredo foram mais uma vez modificadas, para chegar tanto aos fi&eacute;is da Igreja Cat&oacute;lica Romana como aos da Igreja Ortodoxa, num projeto de unifica&ccedil;&atilde;o da cristandade concebido pelo papado.
Em As Guerras de F&aacute;tima, Paulo Moura apresenta-nos uma investiga&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica e jornal&iacute;stica da mais delirante intriga pol&iacute;tico-religiosa do s&eacute;culo XX.

As Guerras de Fátima: Como as Visões da Irmã Lúcia Mudaram a Política Mundial

&laquo;Por mais ultrajados, por mais destro&ccedil;ados, eles&nbsp;sobrevivem, renascem das cinzas, voltam. N&atilde;o, Flamur,&nbsp;nenhuma hist&oacute;ria ser&aacute; esquecida. Como um v&iacute;rus, uma&nbsp;praga, uma semente, voltam sempre. Nenhuma hist&oacute;ria est&aacute;&nbsp;terminada.&raquo;
O terrorismo, o Estado Isl&acirc;mico, a guerra na S&iacute;ria, a crise dos&nbsp;refugiados. Como cheg&aacute;mos at&eacute; aqui? O que nos trouxe at&eacute;&nbsp;esta tempestade perfeita?&nbsp;Com a queda do muro de Berlim, come&ccedil;ou um novo ciclo. O&nbsp;comunismo saiu de cena, entrou o Isl&atilde;o. Se, como escreveu&nbsp;Fukuyama, este momento marcou o Fim da Hist&oacute;ria, como&nbsp;compreender o que se seguiu?&nbsp;
Paulo Moura, um dos mais premiados rep&oacute;rteres portugueses,&nbsp;testemunhou todos os momentos decisivos dos &uacute;ltimos 25 anos.&nbsp;Assistiu, em 1991, &agrave; emerg&ecirc;ncia dos primeiros jovens&nbsp;fundamentalistas isl&acirc;micos, durante a crise na Arg&eacute;lia. Nas&nbsp;d&eacute;cadas seguintes, viu crescer a sua influ&ecirc;ncia na Tchetch&eacute;nia,&nbsp;em Caxemira, no Kosovo, no Afeganist&atilde;o, no Iraque, no Sud&atilde;o&nbsp;e nas capitais europeias. Esteve nas pra&ccedil;as ocupadas durante as&nbsp;Primaveras &Aacute;rabes, em 2011. Acompanhou, em 2013, os&nbsp;refugiados s&iacute;rios que tentavam alcan&ccedil;ar a Europa atrav&eacute;s da&nbsp;Turquia.
Partindo dos seus di&aacute;rios pessoais de guerra, escritos no&nbsp;epicentro dos acontecimentos, Depois do Fim &eacute; a cr&oacute;nica do&nbsp;nosso tempo. Mais que narrativa hist&oacute;rica, &eacute; um livro sobre as&nbsp;pessoas que viveram a Hist&oacute;ria, que nos ajuda a compreender&nbsp;este quarto de s&eacute;culo de conflitos, idealismos e decep&ccedil;&otilde;es,&nbsp;invas&otilde;es, migra&ccedil;&otilde;es for&ccedil;adas e extremismos.

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As Guerras de Fátima: Como as Visões da Irmã Lúcia Mudaram a Política Mundial

Depois do Fim: Crónica dos Primeiros 25 Anos da Guerra de Civilizações